NOVAS BABILÓNIAS | 2018
ZET GALLERY - BRAGA
Exposição coletiva que reúne obras de Acácio de Carvalho,
Gil Maia, Mafalda Santos, Manuela Pimentel, Paulo Moreira e Sónia Carvalho.
NOVAS BABILÓNIAS 6 JULHO 2018
Confrontamo-nos, todos os dias, com a volatilidade com que perdemos o direito aos territórios de que fomos pertença e nos quais somos identidade. O tempo e o espaço da cidade transforma-se à velocidade da luz, tendo em nós o impacto da neblina que cai sobre a nostalgia em que mergulha o nosso olhar. Sonhamos e desejamos aquele paraíso perdido, cosmopolita e bairrista, repleto mas que comunga com o silêncio que nos urge. Queremos, no fundo, o fervilhante ambiente multicultural da Babilónia de há quatro milénios, às margens do Eufrates, com os jardins suspensos da nossa imaginação e aquele sentimento, que nos é descrito por Plínio, o Velho (23-79) do vislumbre do paraíso. Hoje perdemos esse olhar do Levante que nos parece distante do ocidente que pretendemos afirmar. Novas Babilónias erguem-se do pó / Tudo é novo e velho num vaivém de espuma / Tudo se refunde no brilho do bruma proclamam os Clã, em 1996, através do seu primeiro álbum LusoQUALQUERcoisa. Recuperada a melodia e o pressuposto de que regressamos à tal busca e de que na ordem do dia se questionam as cidades que temos, as que queremos e as que podemos escolher para viver, esta exposição lança a pergunta: como queremos que sejam os lugares onde desejamos para viver e não apenas existir?
NOVAS BABILÓNIAS surge, assim, como uma proposta expográfica que reúne as cenografias imaginadas, surreais e futuristas, de Acácio de Carvalho (n.1952); os ambientes desconstruídos de Gil Maia (n.1974); a minúcia, feita de desperdício industrial, das pinturas-objeto, sem pintura, de Mafalda Santos (n.1980); as referências azulejares, que tocam a pop e o dada, de Manuela Pimentel (n.1979); as palavras de ordem e a cidade em pedaços que dão forma à plasticidade violenta de Paulo Moreira (n.1968); e as mulheres feitas corpo, feitas casa e feitas tudo e nada que o desenho de Sónia Carvalho (n.1978) revela. A curadoria é de Helena Mendes Pereira e a exposição ficará patente até 7 de setembro de 2019.